
Em janeiro de 2002 estava sendo divulgado o resultado do vestibular da UFRN daquele ano. Surpreendentemente, para alguns e para mim também, este autor teve seu nome listado para a turma do primeiro semestre do Curso de Enegenharia Mecânica, classificado em 2º lugar. Era o primeiro vestibular que prestava e ser aprovado logo no primeira tentativa foi motivo de alegria e orgulho para toda família e amigos.
As aulas iniciaram em maio deste mesmo ano, muitas novidades, muitas frustações, muitas decepções... a maior de todas foi descobrir que tudo que foi aprendido na escola não era bem verdade, a visão do nível superior é um pouco diferente, operações simples como somar e subtrair tinham uma roupagem diferente, agora se falava em limites, derivadas e integrais, operações matemáticas que até então pareciam ser coisas de outro mundo, mas e a física, tão querida? As fórmulas mudaram de variáveis, aquele sorvete não era mais tão doce, junto com as novas operações matemáticas mostraram que a natureza não era tão simples de ser modelada matematicamente. Geometria Descritiva que o diga, a primeira reprovação foi uma lição e tanto, não era mais possível levar os estudos como nos tempos do Ensino Médio, era necessário estudar, buscar o professor para tirar dúvidas, sacrificar alguns finais de semana e por aí vai.
Superado os primeiros desafios, tudo caiu numa rotina suportável, a vida se tornou corrida com as demandas domésticas e principalmente os trabalhos da AVS, todos conciliados com os horários da faculdade, até o ponto que se tornou inviável. Cheguei a conclusão que os estudos me trariam um futuro mais próspero, e até hoje espero ainda não estar errado.
Numa sexta-feira de junho de 2004 eu escrevi para o Capitão Gurgel pedindo para sair, queria me concentrar nos estudos.
Por ironia do destino, três meses antes eu tinha prestado um concurso para a Petrobras, para o cargo de Operador, pois era o único cargo que não exigia formação técnica, assim, na segunda-feira, logo após ter sido destituído do cargo de Diretor Financeiro da AVS, durante uma aula de Estatística Aplicada, em meio a um monte de dados de amostragens e curvas de distribuição normal, o colega Danyel Homem, perguntava se eu sabia algo sobre o referido concurso, a resposta foi negativa, já que eu acreditva não ter sido aprovado. Foi quando ele me mostrou a lista de aprovados e lá constava meu nome, número de inscrição, pontuação e um número 20 que eu julgava ser a classificação. Mas até então, no edital só mencionava uma vaga.
Na hora do almoço eu comentei o ocorrido com minha mãe e esta se encheu de esperança. A tarde voltei para a aula e a noite, quando regressei para casa, havia uns 3 telegramas da Petrobras me convocando a comparecer à sua sede, com um monte de documentos e tudo mais...
Esse foi o início de um período bastante complicado na minha vida acadêmica. De cara eu perdi o semestre que estava cursando, pois tranquei tudo até que meu destino se definisse. Passei o segundo semestre de 2004 frequentando o curso de formação e de alguma maneira concialiando o horário de duas disciplinas, heróicamente consegui passar. Fato que não veio a se repetir nos semestre seguintes, iniciaram-se as rotinas de embarques e nas folgas eu só queria descansar e me divertir, assim uma série de reprovações se sucederam. Somado a isso não pude contar com a compreensão de alguns professores, especialmente a professora de Resistência dos Materiais II. Mas por um lado isso foi bom, eu provei a ela que poderia transpor essa enorme dificuldade e depois de um trancamento e duas reprovações por falta e percorrendo milhares de quilômetros, isso mesmo, tinha semana de embarque em que trabalhava a noite, durante o dia eu voltava três vezes a Natal para não perder suas aulas e provas, sempre com sono e dormindo quase nada. Lembro do quanto Clóvis admirava a minha força de vontade e determinação. Ao final consegui, e com fôlego renovado segui em frente com a universidade. As dificuldade não diminuíram, mas de alguma maneira eu ia levando a universidade, sozinho, sem amigos e colegas com quem pudesse contar para formar um grupo para fazer os trabalhos.
No final de 2007, passagens para os Estados Unidos compradas, o professor de Elementos de Máquinas I optou por adiar a apresentação dos projetos, desse modo eu fiquei impossibilitado de fazê-lo e na data que ele escolheu eu estaria a 8000 milhas da universidade. Mas valeu a pena, tirei férias de verdade e trouxe na bagagem uma coisa muito interessante que aprendi com Demetrius: "New Years Eve Resolution". Algo como resolução de ano novo. Simplestemente eu traçei um obejtivo e tinha até o final do ano para alcança-lo. Simples assim. E o que eu prometi a mim mesmo? Concluir a universidade o mais rápido possível. E quando eu digo uma coisa...
No primeiro semestre de 2008 me matriculei em 7 disciplinas, todas que eram possíveis e permitidas, resultado: Aprovado em todas, 4 delas por média. Aquilo era fantástico, pois sozinho eu tinha conseguido tudo isso, sem sequer desembarcar uma vez sequer. Até ali eu vinha me matriculando em 3 a 5 disciplinas por semestre e sem o rendimento esperado. A partir daí eu passei a ser visto com outros olhos, e não mais aquele "playboyzinho" que vivia faltando aula. Minhas notas estavam sempre entre as melhores da sala.
Veio o segundo semestre e com ânimo renovado com os resultados do semestre anterior eu me matriculei em 8 disciplinas, infelizmente não era o suficiente para concluir o curso, mas me deixaria a um semestre disso. Nesse semestre descobri novos amigos, as pessoas já me procuravam para formar grupos, foi um semestre letivo muito especial. Uma experiência acadêmica diferente, ir a aula passou a me dar prazer.
Lembro-me quando Leonardo perguntava se eu não tinha amigos na universidade... até então eu não tinha. Mas finalmente consegui conquistar amigos na universidade, e esses com certeza chegaram na hora certa, são verdadeiros e certamente serão meus amigos por muito tempo.
Com o início do último semestre letivo, em fevereiro último, veio aquela ansiedade. Será que vai dar certo, rapidamente se formou a comissão de formatura, veio a assintura do contrato. Nem acretiva que estava vivendo aquele momento, eu era agora formando, tinha uma festa para pagar, uma lista de convidados para fazer; parece que naquele túnel escuro agora se podia ver uma luz.
Nesse momento estou a duas provas de ficar de férias para sempre, mas estou tão entusiasmado que posso dizer que o sucesso nelas é inevitável. A imagem acima é a capa do nosso convite que recebi a poucos dias para verificação e aprovação, mesmo não estando muito bonito nas fotos eu fiquei muito emocionado.
Por fim, eu gostaria de afirmar que ficaria muito feliz se pudesse receber os cumprimentos de todas as pessoas que passaram pela minha vida na noite do dia 27 de agosto no auditório da Reitoria da UFRN, data da colação de grau. Início de uma nova era em minha vida.
As aulas iniciaram em maio deste mesmo ano, muitas novidades, muitas frustações, muitas decepções... a maior de todas foi descobrir que tudo que foi aprendido na escola não era bem verdade, a visão do nível superior é um pouco diferente, operações simples como somar e subtrair tinham uma roupagem diferente, agora se falava em limites, derivadas e integrais, operações matemáticas que até então pareciam ser coisas de outro mundo, mas e a física, tão querida? As fórmulas mudaram de variáveis, aquele sorvete não era mais tão doce, junto com as novas operações matemáticas mostraram que a natureza não era tão simples de ser modelada matematicamente. Geometria Descritiva que o diga, a primeira reprovação foi uma lição e tanto, não era mais possível levar os estudos como nos tempos do Ensino Médio, era necessário estudar, buscar o professor para tirar dúvidas, sacrificar alguns finais de semana e por aí vai.
Superado os primeiros desafios, tudo caiu numa rotina suportável, a vida se tornou corrida com as demandas domésticas e principalmente os trabalhos da AVS, todos conciliados com os horários da faculdade, até o ponto que se tornou inviável. Cheguei a conclusão que os estudos me trariam um futuro mais próspero, e até hoje espero ainda não estar errado.
Numa sexta-feira de junho de 2004 eu escrevi para o Capitão Gurgel pedindo para sair, queria me concentrar nos estudos.
Por ironia do destino, três meses antes eu tinha prestado um concurso para a Petrobras, para o cargo de Operador, pois era o único cargo que não exigia formação técnica, assim, na segunda-feira, logo após ter sido destituído do cargo de Diretor Financeiro da AVS, durante uma aula de Estatística Aplicada, em meio a um monte de dados de amostragens e curvas de distribuição normal, o colega Danyel Homem, perguntava se eu sabia algo sobre o referido concurso, a resposta foi negativa, já que eu acreditva não ter sido aprovado. Foi quando ele me mostrou a lista de aprovados e lá constava meu nome, número de inscrição, pontuação e um número 20 que eu julgava ser a classificação. Mas até então, no edital só mencionava uma vaga.
Na hora do almoço eu comentei o ocorrido com minha mãe e esta se encheu de esperança. A tarde voltei para a aula e a noite, quando regressei para casa, havia uns 3 telegramas da Petrobras me convocando a comparecer à sua sede, com um monte de documentos e tudo mais...
Esse foi o início de um período bastante complicado na minha vida acadêmica. De cara eu perdi o semestre que estava cursando, pois tranquei tudo até que meu destino se definisse. Passei o segundo semestre de 2004 frequentando o curso de formação e de alguma maneira concialiando o horário de duas disciplinas, heróicamente consegui passar. Fato que não veio a se repetir nos semestre seguintes, iniciaram-se as rotinas de embarques e nas folgas eu só queria descansar e me divertir, assim uma série de reprovações se sucederam. Somado a isso não pude contar com a compreensão de alguns professores, especialmente a professora de Resistência dos Materiais II. Mas por um lado isso foi bom, eu provei a ela que poderia transpor essa enorme dificuldade e depois de um trancamento e duas reprovações por falta e percorrendo milhares de quilômetros, isso mesmo, tinha semana de embarque em que trabalhava a noite, durante o dia eu voltava três vezes a Natal para não perder suas aulas e provas, sempre com sono e dormindo quase nada. Lembro do quanto Clóvis admirava a minha força de vontade e determinação. Ao final consegui, e com fôlego renovado segui em frente com a universidade. As dificuldade não diminuíram, mas de alguma maneira eu ia levando a universidade, sozinho, sem amigos e colegas com quem pudesse contar para formar um grupo para fazer os trabalhos.
No final de 2007, passagens para os Estados Unidos compradas, o professor de Elementos de Máquinas I optou por adiar a apresentação dos projetos, desse modo eu fiquei impossibilitado de fazê-lo e na data que ele escolheu eu estaria a 8000 milhas da universidade. Mas valeu a pena, tirei férias de verdade e trouxe na bagagem uma coisa muito interessante que aprendi com Demetrius: "New Years Eve Resolution". Algo como resolução de ano novo. Simplestemente eu traçei um obejtivo e tinha até o final do ano para alcança-lo. Simples assim. E o que eu prometi a mim mesmo? Concluir a universidade o mais rápido possível. E quando eu digo uma coisa...
No primeiro semestre de 2008 me matriculei em 7 disciplinas, todas que eram possíveis e permitidas, resultado: Aprovado em todas, 4 delas por média. Aquilo era fantástico, pois sozinho eu tinha conseguido tudo isso, sem sequer desembarcar uma vez sequer. Até ali eu vinha me matriculando em 3 a 5 disciplinas por semestre e sem o rendimento esperado. A partir daí eu passei a ser visto com outros olhos, e não mais aquele "playboyzinho" que vivia faltando aula. Minhas notas estavam sempre entre as melhores da sala.
Veio o segundo semestre e com ânimo renovado com os resultados do semestre anterior eu me matriculei em 8 disciplinas, infelizmente não era o suficiente para concluir o curso, mas me deixaria a um semestre disso. Nesse semestre descobri novos amigos, as pessoas já me procuravam para formar grupos, foi um semestre letivo muito especial. Uma experiência acadêmica diferente, ir a aula passou a me dar prazer.
Lembro-me quando Leonardo perguntava se eu não tinha amigos na universidade... até então eu não tinha. Mas finalmente consegui conquistar amigos na universidade, e esses com certeza chegaram na hora certa, são verdadeiros e certamente serão meus amigos por muito tempo.
Com o início do último semestre letivo, em fevereiro último, veio aquela ansiedade. Será que vai dar certo, rapidamente se formou a comissão de formatura, veio a assintura do contrato. Nem acretiva que estava vivendo aquele momento, eu era agora formando, tinha uma festa para pagar, uma lista de convidados para fazer; parece que naquele túnel escuro agora se podia ver uma luz.
Nesse momento estou a duas provas de ficar de férias para sempre, mas estou tão entusiasmado que posso dizer que o sucesso nelas é inevitável. A imagem acima é a capa do nosso convite que recebi a poucos dias para verificação e aprovação, mesmo não estando muito bonito nas fotos eu fiquei muito emocionado.
Por fim, eu gostaria de afirmar que ficaria muito feliz se pudesse receber os cumprimentos de todas as pessoas que passaram pela minha vida na noite do dia 27 de agosto no auditório da Reitoria da UFRN, data da colação de grau. Início de uma nova era em minha vida.
3 comentários:
Po bixo....primeiramente parabens pela vitória que foi chegar até aqui. Espero que chegue logo meu dia de sentir essa mesma emoção.
Ler seu "boga" essa noite foi de extrema inspiraçao pra tb terminar logo "essa bagaça". Cara, e pode ter certeza que vc conquistou pelo menos um amigo na UFRN.kkkkk
Abraçao,
Dêmison
Venho aqui pra dar meus parabens e dizer o seguinte: "Cada ida e vinda, cada sofrimento, cada alegria, cada aprovação e reprovação, cada... cada... e cada... serviu apenas pra concluirmos que valeu a pena" estamos aqui, firme e forte, pro que der e vier... grande abraco. Engenheiro Laerte Bruno. Leonardo Aurelio
Bruninho... Confesso que fiquei super emocionada com o que li!!
Realmente não foi fácil chegar até aqui... E... É impressionante como escrevendo você consegue descrever cada detalhe, que se fosse dito verbalmente não conseguiria... rsrsrs... Sabe por que!? Sua capacidade de raciocínio não ia lhe permitir dizer tudo com tanta calma... rsrsrs... Bom... Você comprovou que quanto mais difícil é... Mais gostoso fica... Tenho certeza que tudo que você passou durante esses 7 anos deu um gostinho especial a sua conquista... Se já era sua fã antes de saber de tudo isso... Agora é que sou mesmo... Você é um exemplo de vida... Ah... Quero ser igualzinha a você quando crescer viu!? Bjs Thaiseany
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