quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Quinto Dia - Praia do Gunga

Louco para dormir estávamos na noite anterior, a mesma loucura foi nesta manhã para se manter dormindo, mas tinhas um dia inteiro pela frente. Então, já perto do final do horário para o café-da-manhã fomos dar a nossa participação no restaurante do hotel. Voltamos para os ajustes finais e nos mandamos rumo ao litoral sul. O destino ainda não estava muito preciso, mas queriamos ir para a Barra de São Miguel, onde há a foz de um rio, um lugar muito bonito.

Mas como não poderia deixar de ser, para chegarmos até esse ponto da foto acima, conhecemos toda a praia de São Miguel da Barra:

Belíssima por sinal, eu acho que as pessoas que tem algum dinheiro em Maceió vem passar o verão aqui, todas as casas tem pelo menos um quadriciclo, eu inclusive vi uma cena pitoresca: três lorinhas em cima de um veículo desses, umas verdadeira miragem. Descemos um pouco na praia, tomamos uma cerveja, mergulho no mar que parecia uma piscina com a formação de corais logo a frente, mas a piscina logo fica bem funda, a três metros da margem já tava quase para me cobrir, se bem que eu sou baixinho...

Mais ainda não era ali o nosso lugar, então depois da cerveja saimos em busca do encontro do rio com o mar. Andando pela cidade não sei nem com qual comparar aí no Rio Grande do Norte, é bem diferente, bem estruturada, ruas largas.

Até que a rua acabou e chegamos às margens do Rio que buscávamos, rapidamente o Sr. Antônio nos abordou para vender um passeio de barco até a praia do Gunga que ficava do outro lado, R$25 por pessoa. Sem direito a negociação, o veho não baixou nem um real, mas falou que a gente não se arrependeria, que só pagaríamos na volta e tudo mais, depois de muita pressão Victor falou que não queria e que iríamos de carro mesmo, até o mirante e depois à praia!

Foi quando surgiu a história da carteirinha para ter acesso à praia. Só seria permitido o acesso à praia as pessoas que possuissem essa credencial, então rapidamente, antes de concluírmos a manobra para saírmos com o carro, Sr. Antônio arrumou uma pessoa com a tal credencial que poderia nos acompanhar até o mirante e nos deixar na praia pela pequena bagatela de R$20,00. Victor torceu o nariz, mas o inocente na história sou eu e assim fui na onda, permiti que o moço entrasse no carro e nos acompanhasse até lá. Este nos mostrou um caminho mais curto para saímos da cidade e chegamos até o outro lado, sem ter que atravessar a cidade todinha de novo. Paramos para tirar a foto que está no topo deste post. Seguimos até o mirante. Inacreditável como não o vi quando estava vindo de Aracajú ontem, bassei batido mesmo, mas também, estávamos loucos para chegar em Maceió.

Doutor, é coqueiro viu! E do outro lado da rodovia é cana de açucar, com todo um maquinário fazendo a coleta. Antes de chegar ao mirante o nosso guia contava que estas terras pertecem a um político de um município alí perto, que já havia sido prefeito duas vezes, mas na minha opinião o cara era mesmo um mega latifundiário à beira do mar. É tanto coqueiro... quando descemos do mirante pedimos uma água de côco, advinha! Não tinha água de côco, muito incoerente! Em Natal, onde nã otemos tantos coqueiros assim por todos os lados não passaríamos um aperreio desses. O guia explicou também que o dono não deixava tirar um côco sequer, pois todos eram exportados para a Índia, embora mais a frente disseram que todos os frutos eram enviados à Sococo.

Depois de algumas fots naquela paisagem de perder o fôlego (para as pessoas mais fracas) era hora de ver o esquema da carteirinha. Se você chegar lá, sem conhecimento de causa vai dar de cara com um portão enorme, com o nome Faz. Gunga, para mim Fazenda é diferente de Praia.
Tão logo nos aproximamos do portão, um garotinho tratou de abrí-lo, perguntei ao guia se precisávamos falar com alguém, ele mandou seguir e afirmou que o pai do garotinho devia ter saído... A partir daí tudo começou a tomar sentido. Eu já podia imaginar meu nobre guia rindo para sí só pensando: - Mais um, mais um, peguei mais um besta! Deus está vendo viu amigo!
Agora vou expressar minha opião particular sobre a carteirinha: não passa de um mega esquema para enrolar os turistas que vêm à região, e o pior, todo mundo é conivente com isso, quando digo todo mundo me refiro aos alagoanos, aos nativos, à impressa turística, pois quando voltei eu fiz questão de tirar essa história a limpo, pesquisei toda a Internet a respeito, e todos eram unânimes em relação a "locação da carteirinha" a própria Fabiana ficou fazendo charminho com essa história de carteirinha. Minha dica então é: vá à praia, tente entrar, se questionarem você arruma uma carteirinha fácil, fácil, afinal, só quem não tem a tal carteira são os turistas.
Lá dentro, foi que vi a primeira placa "Praia do Gunga ->", curioso não? Estacionamos o carro, o nosso guia nos levou a uma barraca, onde um garçom nos levou a uma mesa, pedi um vale para pagar o rapaz e o liberei. O combinado é que ele voltaria do jeito dele.
Victor malhou bastante de mim, não era para menos menos, mas piadinhas a parte, a praia é belíssima mesmo, possui uma ótima estrutura, várias barracas, tinha música ao vivo, chuveiros e um vendedor de ostras passando para cima e para baixo. - Quanto é sua ostra moço? - R$10,00 a porção com 12. - Poxa, lá em Natal, na praia de Pipa eu ligo pro cara, ele vem até mim e me vende 15 por R$10,00. - Não posso fazer não moço, ele respondeu. Enquanto isso eu tava embasbacado com o tamnho das ostras! Pode abrir então. =D

Na foto não dá para ter uma boa noção do tamanho, mas sem exagero algum eu poderia dizer que é pelo menos três vezes maior que às maiores que eu já havia comido até então. Victor não quis provar. Ótimo! Sobrou mais para mim! No final eu tava cheíssimo, não queria comer mais nada, tomei mais uma cerveja e fui ao mar.
A correnteza empurrava um bocado em direção ao norte, mas pelo menos dava pé, do outro lado, um vacilo e você afundava.
Lá eu conheci um simpática senhora de Belo Horizonte, com sua filha e sobrinhas de Montes Claros. Interessante que quando você fala de Natal as pessoas enchem os olhos, ficam brilhando. Ela me contou que nas próximas férias iria a Natal novamente, perguntou onde era bom de ficar lá, queria alugar um apartamento perto da praia, e as meninas tudo encabuladas. Eu juro que me mantive quierinho, mas quando voltei até à mesa Victor estava me chamando de perigosinho hihhihi, tinha acabado de chegar também um peixe imenso que foi o nosso sustento até o jantar.
Depois do bucho cheio, fui me lavar na água doce, peguei uma bica em frente a cantora, na hora ela tava cantando: - "Ahhhhhhhh é amor, ai  ai  ai é amor"... aí emendou com um: - "Com esse moreno eu vou até para a guerra". Daí eu saí com medo que ela me levasse para o Afeganistão, ou Iraque, sei lá de onde aquele ser era. Depois de rir um pouco fomos tirar uma fotos para não perder o costume. A brincaderia até agora já tem mais de 600 fotos.




Na volta aproveitamos para abastecer com álcool a R$1,60 e viemos para o Hotel, eu fiquei fazendo o post anterior e Victor trabalhando, mas logo depois dormiu. Quando ele acordou, nos arrumamos, ele providenciou uns freepass para a boate e fomos em direção ao restaurante Divina Gula. Uma espécie de bar do Mangai, muito legalzinho, e muito bem frequentado, eu já tava ficando vesgo. Tomamos uma cachaça da casa, a Divininha, com mel! Depois ficamos na caipiroska com um flango caipira flito à passarinho. Passava das onze da noite quando começamos a pior parte da noite.
Maceió tem um negócio que todas as ruas são de mão única, se uma rua tem sentido para direita, a próxima tem sentido inverso, parece legal não? Pois para quem é de fora não é nada legal, ainda mais com a cidade mal mapeada no GPS. Saímos em busca da boate LIFE, vimos no mapa antes de sair no hotel, gravamos o endereço no GPS, e percorremos a rua inteira, umas 115 vezes, várias voltas e nada de a gente achar a bendita boate. Outra moda aqui são as ruas sem saída, você já não pode entrar em todas as ruas e de quebra as que você entra não tem saída, é muita maldade! Sei que lá para as tantas, quando finalmente encontramos um transeunte perguntamos pela boate, ele apontou para atrás de nós dizendo que havíamos acabado de passar por ela e que achava que ela estava fechada, era o tiro de misericórdia para eu ir embora para casa dormir.

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